segunda-feira, 21 de maio de 2018

Na Tela: A Noite do Jogo

Os amigos: a noite das brincadeiras perigosas. 

Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams) costumam se encontrar com os amigos regularmente para uma noite de jogos e colocar a conversa em dia. Os dois parecem se entender bem e o maior problema que enfrentam é a dificuldade para Annie engravidar - pelo menos até o irmão bem sucedido de Max, Brooks (Kyle Chandler) aparecer e o clima ficar mais tenso pela competição que existe entre os manos. Tão logo Brooks chega, ele convida o irmão e os amigos fiéis para participar jogar em seu casarão e apresenta uma nova brincadeira, bem mais realista, onde um deles será sequestrado e os outros terão que resgatá-lo antes que seja assassinado. Sendo assim, tão logo a brincadeira começa, os personagens seguem as pistas e... descobrem que nem tudo faz parte do jogo. A Noite do Jogo tem como maior qualidade inserir personagens típicos de uma comédia num tom de suspense. Parece fácil, mas manter este equilíbrio durante a sessão é bastante complicado, sorte que o filme consegue cumprir seu objetivo! Os diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein (que como diretores nunca fizeram nada demais, mas já escreveram Homem-Aranha: De Volta ao Lar/2017 e Tá Chovendo Hambúrguer2/2013), capricham na atmosfera de mistério, sempre deixando o espectador desconfiado sobre o que está assistindo (dando uma sensação bastante semelhante à vivida pelos próprios personagens). A fotografia é interessante, a trilha sonora com sintetizadores (que parece saída de Stranger Things) ajuda na atmosfera e até o uso de maquetes funciona bem nas transições de cena. O elenco também consegue ser bastante eficiente, sendo como o casal que namora desde a adolescência e parece enfrentar a primeira crise de ciúme (Lamorne Morris e Kylie Bunburry), o amigo idiota que só fala bobagem (Billy Magnussen, ator que tem a aparência perfeita para ser o Adam Warlock da Marvel) que não acerta nem a nacionalidade de sua nova parceira muito mais esperta que ele (a inglesa Sharon Horgan). Martin Freeman faz o de sempre (mas ninguém de incomoda com isso) e Rachel McAdams acerta em todas as cenas, com uma eficiência cômica que faz tempo que ela não explora em cena. Outro destaque do elenco é Jesse Plemons (aquele que parece o irmão menos famoso de Matt Damon), que encarna o estranho vizinho policial de Annie e Max e consegue ampliar um personagem com pouco tempo em cena de forma impressionante. Plemons é capaz de causar calafrios, mas a plateia quase implora para que ele apareça em cena mais uma vez. A Noite do Jogo parece a versão light de Vidas em Jogo (1997), aquele de David Fincher onde Sean Penn presenteia o irmão Michael Douglas com um jogo sinistro, mas aqui a ideia funciona até melhor. Está certo que o roteiro até repete algumas piadas (algumas funcionam da segunda vez, outras nem tanto), mas é esperto o suficiente para ser uma grata surpresa que merecia fazer bem mais sucesso entre dois lançamentos badalados de super-heróis em cartaz. Se você cruzar com o filme por aí, vale a pena assistir e participar do coro que pede por uma sequência. 

A Noite do Jogo (Night Game/EUA-2018) de John Francis Daley e Jonathan Goldstein com Jason Bateman, Rachel McAdams, Jesse Plemons, Kyle Chandler, Billy Magnussen, Lamorne Morris, Kylie Bunburry, Sharon Horgan, Danny Huston Michael C. Hall e Jeffrey Wright. ☻☻☻☻

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