sábado, 22 de abril de 2017

PL►Y: No Fim do Túnel

Sbaraglia: reviravoltas infinitas. 

No Fim do Túnel é um suspense com toques de filme policial feito na argentina que prova mais uma vez que os hermanos dominam a técnica cinematográfica de forma invejável, especialmente no que diz respeito à construção do roteiro. Existem tantas reviravoltas durante a narrativa do roteirista e diretor Rodrigo Grande que mesmo em sua última cena você imagina que acontecerá alguma surpresa até o fim dos créditos. O ponto de partida parece de um filme de Hitchcock. Um homem preso a uma cadeira de rodas, Joaquin (Leonardo Sbaraglia) vive isolado do mundo junto ao seu cachorro envelhecido. Ele ganha a vida consertando equipamentos eletrônicos no porão e resolve alugar um quarto de seu casarão para ajudar nas despesas. Por conta desta oferta que aparecem em seu caminho a bela Berta (Clara Lago) e a calada filha pequena. Embora evite intimidades no início, é visível como a presença das duas transforma o cotidiano na casa e tudo muda mais ainda quando Joaquin descobre que um grupo de assaltantes estão cavando um túnel por baixo da casa. A partir daí, o protagonista tomará uma série de decisões que colocarão em risco a sua vida e de suas inquilinas, além de descobrir uma série de segredos que tornaram a sessão ainda mais envolvente. O texto de Grande não se preocupa com rumos politicamente corretos, o seu herói hesita em chamar a polícia a todo instante, amarra uma mulher na cama durante boa parte do filme e até cogita ganhar alguma coisa com o roubo que está prestes a acontecer. Por jogar as regras para o espaço, o filme torna-se imprevisível e por isso mesmo, cada vez mais tenso - e um tanto desgovernado em sua proposta. Enquanto os bandidos são de uma violência impactante, o filme capricha no poder da sugestão para apresentar seu protagonista com pendores para o isolamento (considero um primor a cena em que descobrimos o motivo dele se tornar paraplégico e como isso nutre seu isolamento e desconfianças). Em duas horas de projeção, o diretor consegue manter a atenção da plateia do início ao fim, com a fotografia soturna e uma edição eficiente que serve para sustentar ainda mais a boa atuação de Sbaraglia, um dos melhores atores do cinema latino-americano. 

No Fim do Túnel (Al Final del Tunel / Argentina-Espanha / 2016) de Rodrigo Grande com Leonardo Sbaraglia, Pablo Echarri, Clara Lago, Frederico Luppi e Javier Godino. ☻☻☻

Nenhum comentário:

Postar um comentário