segunda-feira, 21 de março de 2016

PL►Y: Serena

J. Law e Bradley: jogados no lixo. 

Jennifer Lawrence e Bradley Cooper é uma dupla de química. Isso é fácil de perceber quando lembramos que a dupla é a favorita do diretor David O. Russell e estrelaram O Lado Bom da Vida (2012), Trapaça (2013) e tiveram algumas cenas juntos no recente Joy (2014). Apesar de aparecerem nos três últimos filmes do diretor, a dupla sempre representa tipos distintos, provando a versatilidade que podem alcançar em cena. Essa versatilidade até aparece em Serena, filme da dinamarquesa Suzanne Bier, mas a falta de um roteiro bem costurado mostra-se um grande obstáculo para os atores. O filme foi um fiasco nas bilheterias mundiais. Curiosamente, ele funciona até a metade, depois, uma série de mudanças súbitas nos personagens comprometem a sessão. Tudo começa como um romance de época, quando durante a Grande Depressão, o madeireiro George Pemberton (Cooper) ainda tenta manter-se no ramo no estado da Carolina do Norte. Entre acidentes e baixas entre os funcionários, ele acredita ter conhecido a mulher de sua vida ao conhecer a bela Serena (Lawrence), uma mulher forte que sobreviveu a uma tragédia familiar e está disposta a colaborar na ascensão do futuro marido. Bier faz questão de mostrar que a vida sexual do casal é bastante animada (em cenas bem rápidas), além de provar que a loura não fica intimidada com o universo essencialmente masculino em que se meteu. Além de entender de cortar árvores, ela ainda sabe domar águias e criar torniquetes eficientes quando acontece um acidente por perto! Até a ambientação do filme (na cidade no meio de uma floresta) funciona para dar ao filme uma cadência agradável e enigmática... até que uma ex-namorada de George volta para as redondezas enquanto Serena espera o primeiro filho. Um acontecimento irá mudar o rumo da protagonista e Suzanne Bier não faz a mínima ideia de como conduzir essa guinada da personagem. Tudo se transforma rapidamente, de forma esquemática desinteressante, deixando o elenco perdido em cenas que beiram o ridículo (Rhys Ifans como cúmplice de Serena beira o risível, assim como o encontro de George com o Puma). Embora tenha filmes dinamarqueses elogiados no currículo (Brothers/2004 recebeu até uma refilmagem americana, Depois do Casamento/2006 foi indicado ao Oscar e o superestimado Em Um Mundo Melhor/2010 ganhou o Oscar de filme estrangeiro) é na carreira em Hollywood que Suzanne expõe seus maiores problemas na condução de sua obra. Geralmente seu gosto pelo melodrama compromete tramas promissoras, onde os personagens tropeçam em suas próprias fraquezas. Serena poderia ser um bom filme se ela não jogasse o que ele tem de promissor no lixo (e isso inclui sua dupla renomada de protagonistas e um elenco  de apoio acima da média). 

Serena (EUA-França/2014) de Suzanne Bier com Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Toby Jones, Rhys Ifans, Sean Harris, Ana Ularu e David Dencik. 

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