quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Na Tela: Deadpool

Deadpool: limpando o nome de Ryan Reynolds. 

O primeiro trimestre do ano costuma ser um marasmo nos cinemas americanos. Afinal, enquanto a imprensa só fala dos filmes indicados ao Oscar, a plateia se contenta com o que sobrou do ano anterior - ou seja, tanto os premiados, quanto a raspa do tacho que os estúdios não encontraram a hora certa de lançar. Entre um e o outro lançamento, costuma despontar um sucesso - principalmente porque o estúdio teve o discernimento de aproveitar o tempo morno para fazer de um longa o verdadeiro sucesso da temporada. É verdade que 2016 está cheio de filmes de ótimo potencial comercial, sobretudo o de inspiração no universo das HQs, portanto estava mais do que evidente que Deadpool faria a festa assim que chegasse nas telas no início de 2016! Restava apenas que a Fox finalmente acertasse o tom fora da franquia X-Men, já que Homem Aranha e Quarteto Fantástico já saíram oficialmente dos trilhos. Para isso, nada melhor do que passar a borracha na péssima concepção que Deadpool recebeu na primeira aventura solo de Wolverine (), mas faltava saber se a plateia comprava a ideia. Escaldado não apenas pela primeira aparição de Deadpool, Lanterna Verde /2011 e outros fracassos, Ryan Reynolds vendeu a ideia sozinho. Chamou um amigo para criar um curta alucinante com o personagem e lançou na internet deixando que os fãs fizessem o resto. Logo, Deadpool tornou-se quase um filme obrigatório de ser feito. Com a expectativa nas alturas e o diretor recebendo carta branca para fazer o que quisesse, Deadpool prometia limpar o nome do personagem e do seu intérprete nos cinemas. Enfim, depois dessa longa introdução e perante o sucesso, que todo mundo já sabe, nas telonas, a tarefa está mais do que cumprida. O resultado é um filme elétrico, nervoso, desbocado, vulgar e cretino, mas naquele sentido cômico que confere sua ácida simpatia. Coitadas das mãezinhas e caíram no papo dos filhos menores de 12 anos e tiveram que assinar termos para assistir ao filme onde o (anti-)herói celebra as datas comemorativas com sexo temático pouco depois de ter mencionado o que teve que fazer com Wolverine para conseguir um filme solo. Acho que elas não esperavam por isso... mas quem conhece o personagem dos quadrinhos ficará mais do que satisfeito em perceber que ele recebeu a versão mais fiel que um sujeito dos quadrinhos já teve até agora - com direito até às conversas com a plateia. 

Morena e Ryan: Comemorando o dia internacional da mulher de um jeito especial!

 É verdade que sua origem nas HQs é um pouco diferente, mas o importante é que ele desenvolve a mutação que o deixa com um poder de regeneração ainda maior que do Wolverine. Na verdade Deadpool é o alter-ego de Wade, um mercenário que encontra sua alma gêmea, Vanessa (a brasileira Morena Baccarin, um dos grandes acertos do filme), com quem pretende viver o resto da vida. O problema é que a vida não é tão longa quanto ele imagina, afinal, ele descobre que seu corpo está tomado pelo câncer. Ele acaba se submetendo a experiências para ativar seus genes mutantes adormecidos e consegue se curar, sob o preço de ficar com a pele toda deformada. Essa explicação toda é mesclada às cenas de perseguição ao homem que o fez mudar os rumos de sua vida para sempre, Ajax Francis (Ed Skrein). Deadpool não é movido por sentimentos nobres (apenas quando sua amada encontra-se em risco), afinal, ele quer vingança e faz isso com jorros de sangue e algumas das cenas de violência mais criativas do cinema recente. Por isso mesmo, o personagem rejeita a todo tempo o rótulo de herói (e ele não é mesmo), ainda que os X-Men Colossus (voz de Stefan Kapicic) e Míssil Atômico Adolescente (Brianna Hildebrand) estejam dispostos a fazê-lo mudar de ideia. No entanto, os maiores trunfos do filme é o jeito como ele debocha de tudo o tempo todo (Spin Doctors, Hugh Jackman, Liam Neeson, Professor Xavier, Ryan Reynolds, Lanterna Verde...), sem medo de ser cansativo ou exagerado (já que são características marcantes do personagem). O filme deve ser um dos mais vistos do ano e isso é muito importante para Ryan Reynolds (mas sua carreira é composta de tantos altos e baixos que ele irá tropeçar de novo, aguardem...), principalmente por evidenciar que para além do corpo de atleta, do estrabismo e das orelhas esquisitas, ele tem gosto para a comédia. No entanto, o maior mérito da comunicação do filme com a plateia fica por conta do diretor estreante Tim Miller, que não tinha um nome a zelar, então, fez tudo o que os filmes de heróis temem. Só espero que não inventem de todos plagiarem a atmosfera de Deadpool, senão perde a graça. 

Míssil, Deadpool e Colossus: sem quarta parede. 

Deadpool (EUA-2016) de Tim Miller com Ryan Reynolds, Morena Baccarin, Ed Skrein, Brianna Hildebrand e T.J. Miller. ☻☻☻

4 comentários:

  1. Gostei da resenha,e do filme também.Achei que o diretor encontrou o tom certo para o personagem,e Ryan apesar de seus altos e baixos não pode ser culpado pelo fracasso de Lanterna Verde,por que cá entre nós,que heróizinho sem sal ele é...Com Deadpool esperamos que ele finalmente deslanche.

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  2. Não diz isso, Márcio! KKKK o Lanterna Verde era o meu favorito da Liga da Justiça! Mas a culpa não foi do Ryan Reynolds... a culpa é que a Warner não fazia a mínima ideia de como fazer o filme e pareceu mais uma sátira trash do que filme de herói! A torcida para o Ryan deslanchar é grande...

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  3. Na verdade tenho um pouco de bronca da DC,com exceção do Batman todos são muito mauricinhos, Aquaman o Mauricinho dos mares,Superman o Mauricinho dos ares,por isso no desenho da liga levam fora do Batman o tempo todo...kkkkkkkk.Na Marvel todo mundo é meio canalha,claro,com exceção do Capitão América,o mauricinho de farda!

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkk Leia o livro que você vai entender o motivo. Os fundadores da Marvel tb tinham essa canalhice rsrs

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