segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Pódio: Phillip Seymour Hoffman

Bronze: o padre suspeito.
Dúvida (2008)
Phillip morreu cedo demais (46 anos) após se tornar um dos melhores atores de sua geração. Em seu currículo estão atuações memoráveis e uma delas é como o padre acusado de molestar um dos alunos de um colégio católico no ano de 1964. Phillip, capricha nas ambiguidades do seu personagem, sem deixar claro se é culpado ou inocente. Reza a lenda que somente ele ouviu do próprio autor (John Patrick Shanley que assina a direção do filme) se o personagem é culpado ou não. Mesmo após o final a dúvida permanece. O filme lhe rendeu uma indicação ao Oscar de coadjuvante. 

Prata: O enfermeiro bonzinho.
Magnólia (1999)
Phillip era um dos atores favoritos do diretor Paul Thomas Anderson e foi neste filme caleidoscópico que se tornou um dos meus também. Na pele do zeloso enfermeiro Phil Parma, o ator vive um sujeito bastante diferente dos seus personagens problemáticos. Seu personagem é de um tom humanista que soa como um porto seguro entre a dezena de personagens que compõem a história. Poucos irão entender minha escolha para esse segundo lugar,  mas  percebo aqui uma das construções mais sutis do ator e sempre que revejo o filme o considero ainda melhor em cena. 

Ouro: o escritor brilhante.
Capote (2005)
Sei que parece um clichê colocar o filme que lhe rendeu o Oscar de melhor ator em primeiro lugar, mas como ignorar uma das interpretações mais arrepiantes já vistas numa tela de cinema? Na pele do escritor Truman Capote, Phillip Seymour Hoffman conquistou dezenas de prêmios pela jornada do autor na escrita de clássico A Sangue Frio. Da afetação da voz aos gestos, sem perder de vista a inteligência articulada de Capote, o ator está perfeito em cada cena. Ainda tenho na memória a cena arrepiante onde lê um dos trechos mais contundentes do livro em que o filme se baseia. Essa foi a primeira indicação entre as quatro vezes em que concorreu ao Oscar.    

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