domingo, 11 de outubro de 2015

PL►Y: À Procura de Um Paraíso

Brand, Octavia e Julianne: péssima estreia de Diablo Cody na direção. 

Existem roteiristas que parecem funcionar somente com um diretor, um exemplo é Diablo Cody, a ex-stripper que ganhou fama com Juno/2007 de Jason Reitman. A história sobre a adolescente grávida que pretende dar o bebê para a adoção foi um sucesso mundial e levou para casa o prêmio de melhor roteiro original (concorrendo em outras três categorias, incluindo melhor filme). Os mais exagerados cahamram Cody de Quentin Tarantino de saias... como era esperado, o tempo demonstrou que não era para tanto. Ela teve que amargar o fiasco de Garota Infernal (2009), ver seu seriado United States of Tara cancelado depois de sua terceira temporada. Seu outro bom momento nas telonas veio com Jovens Adultos (2011), nova parceria com Jason Reitman, que pode não ter alcançado o sucesso esperado, mas está longe de ser desprezível - sobretudo pela atuação de Charlize Theron (indicada ao Globo de Ouro). Recentemente outro roteiro assinado por ela estreou no Brasil, Ricki and The Flash: De Volta Para Casa, estrelado por Meryl Streep  - e também dividiu opiniões. Antes de Ricki, Diablo Cody aventurou-se como diretora e, não deixa de ser irônico, que nem ela soube extrair o melhor de suas intenções no texto de À Procura de um Paraíso, filme que desanima logo nos primeiros vinte minutos por não se dar conta da ideia antiquada de sua provocação. O filme conta a história de Lamb Mannerheim (Julianne Hough, que ficou famosa por sua participação no programa Dancing with the Stars), adolescente que foi educada dentro de um grupo religioso ultraconservador, mas que tem a fé abalada por um acidente que deixa seu corpo coberto de queimaduras. Quando ela se rebela, decide ir morar em Las Vegas e cair no mundo, cometendo todos os pecados que lhe eram proibidos. O que poderia ser uma deliciosa comédia de humor negro perde o fôlego porque o roteiro tem uma ideia e não uma história para contar. As situações seguem arrastadas e desinteressantes, com o mesmo fôlego de um rebelde sem causa - já que o roteiro não se preocupar em dar uma profundidade plausível para sua protagonista. Não vou nem questionar o talento de Diablo como diretora, afinal, ela ainda tem muito tempo para aprender o ofício, mas impressiona como uma roteirista ganhadora de Oscar não percebeu o quão insosso era o material que tinha em mãos. Não satisfeita, ela ainda escalou uma atriz bonitinha que não consegue dar conta de fazer o mínimo por Lamb. Julianne Hough passa o filme todo com a mesma cara e repetindo a mesma coisa o tempo todo. Não por acaso, ela é ofuscada por todos os seus coadjuvantes (inclusive o chato Russell Brand, que eu ainda não entendi como consegue fazer filmes), quem ainda consegue dar alguma graça ao filme é Octavia Spencer como a cantora Loray, responsável por captar as ironias que o roteiro deixa perder pelo caminho. Ao final chegamos a conclusão que nem Diablo entende direito o que escreve, mas ela ainda tem crédito em Hollywood, já que conseguiu até Holly Hunter para uma participação especial em seu filme de estreia... mas que diante da ruindade do texto, nem Jason Reitman alcançaria um bom resultado. 

À Procura de Um Paraíso (Paradise/EUA-2013) de Diablo Cody com Julianne Hough, Octavia Spencer, Rusell Brand e Holly Hunter.

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