domingo, 25 de janeiro de 2015

INDICADOS AO AO OSCAR 2015: Ator Coadjuvante

J.K. SIMMONS (Whiplash)
O papel do professor carrasco que tortura psicologicamente seus alunos no filme de Damien Chazelle, colocou esse veterano na posição de favorito da categoria. J.K. já foi coadjuvante em vários filmes (dos primeiros filmes do Homem Aranha/2002 às obras de Jason Reitman), sendo considerado um daqueles atores em que você sempre lembra do rosto mas nunca sabe de onde. Se você lembra do ator como o pai compreensivo de Juno (2007), dificilmente verá semelhança na fúria que emana de sua atuação -que já lhe rendeu o Globo de Ouro de coadjuvante. Simmons está arrepiante no papel e merece o reconhecimento, ainda que tardio, aos 60 anos completados recentemente.

ETHAN HAWKE (Boyhood)
Na pele do pai que ainda não percebeu que envelheceu enquanto seu casamento desmoronava - e restou-lhe ver os filhos de vez em quando - o ator se submeteu aos doze anos de envelhecimento registrados pela câmera de Richard Linklater (e isso ajuda a entender um pouco mais sobre sua indicação pela interpretação naturalista). Hawke era considerado um dos atores mais promissores de sua geração quando estreou ainda menino em Viagem ao Mundo dos Sonhos (1985), embora fosse sempre ofuscado pelo colega River Phoenix (1970-1993). Ethan já foi indicado antes ao Oscar de coadjuvante por sua ótima performance em Dia de Treinamento (2001) e pelos roteiros de Antes da Meia-Noite (2014) e Antes do Pôr-do-Sol (2004). 

MARK RUFFALO (Foxcatcher)
Pela interpretação medalhista olímpico de luta livre David Schultz o ator foi indicado pela segunda vez ao prêmio de melhor ator coadjuvante (a primeira foi pela dramédia Minhas Mães e Meu Pai/2010). David foi um dos atletas mais famosos dos EUA e tornou-se treinador, sendo convidado para trabalhar na equipe do milionário John Du Pont (interpretado por Steve Carrell) ao lado do irmão Mark Schultz (vivido por Channing Tatum). Ruffalo tem sido elogiado por sua performance de pessoa normal num filme marcado pelas excentricidades de Du Pont (o que culmina em uma tragédia na vida do personagem).


EDWARD NORTON (Birdman)
O jovem ator mais elogiado da década de 1990 já obteve duas indicações ao Oscar (ator coadjuvante por As Duas Faces de um Crime/1996 a melhor ator em A Outra História Americana/1998 e poderia ter conseguido outra por Clube da Luta/1999), mas andava esquecido durante o século XXI - incluindo a encrencada encarnação do herói da Marvel em O Incrível Hulk/2008. As coisas parecem ter mudado depois que entrou para a patota de Wes Anderson em Moonrise Kingdom/2012. Pelo papel do ator que contracena com o veterano que pretende reerguer a carreira numa peça da Broadway (o protagonista vivido por Michael Keaton), Norton voltou ao radar do Oscar em grande estilo.


ROBERT DUVALL (O Juiz)
Há quem considere a indicação do veterano uma das mais preguiçosas da Academia em 2015, afinal o ator faz mais do mesmo (o que não é ruim) no filme armado para oscarizar outro Robert (o Downey Jr). Duvall interpreta o juiz da velha guarda que é acusado de assassinato e conta com a ajuda do filho (Robert Downey Jr.) para provar sua inocência. O drama familiar no tribunal rendeu a Duvall sua sétima indicação ao Oscar, lembrando que ele foi premiado em 1984 como melhor ator em A Força do Carinho (1983). Em seu currículo ainda estão as indicações como coadjuvante nos clássicos O Poderoso Chefão (1972) e Apocalipse Now (1979). Duvall é o único no páreo com uma estatueta na estante.

O ESQUECIDO: Michael Fassbender (Frank)
Eu estava prestes a colocar Josh Brolin por sua atuação em Vício Inerente, mas eu descobri que Frank já entrou em cartaz nos EUA (em meia dúzia de salas em agosto) e ficou de fora do Oscar! Como assim?! Fiquei realmente surpreso, já que a atuação de Fassbender como o músico excêntrico que se esconde atrás de uma cabeça de papel machê é uma das coisas mais inesquecíveis que vi no cinema em 2014 (o filme foi exibido no Festival do Rio mas entra em cartaz no Brasil em março). A interpretação física de Fassbender é magistral - e conta com a cena final mais arrasadora dos últimos tempos. Michael foi lembrado no Oscar como coadjuvante ano passado por 12 Anos de Escravidão - e, se o humor de Frank não fosse tão estranho, teria chances outra vez. 

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