domingo, 18 de março de 2012

Combo: Que Horror!

Renée Zellweger não foi a única oscarizada que padeceu em um filme de terror, várias atrizes premiadas resolveram encher seus cofrinhos com um sucesso perante o público do gênero mas erraram feio. Histórias mal escritas, personagens estapafúrdios ou apenas ritmo inadequado comprometeram produções assinadas até por cineastas consagrados. Deveria haver uma cláusula no Oscar assegurando que uma ganhadora não iria se meter pelo gênero mais ingrato do cinema! A seguir cinco dos casos mais recentes:

5 Água Negra (2004) Ainda não entendi como o Made in Brazil Walter Salles se meteu a fazer uma adaptação de um terror japonês na época em que todo mundo queria um "O Chamado" para chamar de seu. O diretor estava lá e o seu elenco também: Jennifer Connely (que ainda estava no auge após o Oscar de coadjuvante por Uma Mente Brilhante/2001), John C. Reilly, Pete Posthlewaite e Billy Cudrup entraram nessa amparados pelo prestígio do diretor e tiveram de engolir um fracasso de público e crítica. Apesar da ideia interessante - um apartamento assombrado que reflete o estado de espírito (sem trocadilhos) de sua inquilina que tenta juntar os cacos do divórcio - Água Negra é pomposo demais para causar medo. Boas ideias não assustam e o esforço de seus atores foi em vão no maior fracasso da carreira internacional de Salles. 

4 Mutação (1997) O Oscar de coadjuvante ainda estava fresquinho na estante de Mira Sorvino quando ela se meteu no que a crítica chamou de "o melhor filme sobre baratas gigantes da história do cinema", mas também era o único! Você deve estar perguntando quem é Mira Sorvino, ela é a filha de Paul Sorvino e a premiada atriz de Poderosa Afrodite (1995) de Woody Allen. Mutação já deixava claro que Mira não conseguiria manter-se no estrelato por muito tempo. Embora talentosa, a atriz é de uma apatia irritante como a cientista que pensa ter aniquilado as baratas dos esgotos até descobrir que provocou uma mutação nas inimigas número um da mulherada! Apesar de dirigido por Guillermo del Toro, o filme causa mais náusea do que medo e sua atriz não ajudou muito na trajetória do filme. A carreira de Mira foi se concentrando cada vez mais em produções independentes sem importância e filmes para TV.

3 Na Companhia do Medo (2003) Halle Berry havia se tornado a primeira atriz negra a ganhar o Oscar de atriz por A Última Ceia (que ainda lhe rendeu o prêmio de atriz em Berlim em 2001) e deve ter ficado preocupada quando viu que depois de bancar a bondgirl em Die Another Day (2002) e ser a mutante Tempestade em mais um X-Men (2003) a sua aposta pós-Oscar era este terror dirigido pelo francês Mathieu Kassovitz. O elenco ainda conta com Robert Downey Jr e Penelope Cruz antes que alcançassem outro patamar em Hollywood, mas o mico maior é de Halle. No papel de uma mulher confusa acusada de assassinato, presa num manicômio e sem lembrar do que fez, a atriz tem que lidar com um roteiro confuso e entregar algo mais do que a cara de asssustada. Mesmo assim, a atriz desenvolveu um gosto esquisito por trash dirigido por franceses em Hollywood, daí nasceu um horror maior ainda: Mulher Gato  (2003)!

2 A Casa dos Sonhos (2011) Rachel Weisz foi a última a entrar para o clube de micadas em filme de terror. Estimulada pela assinatura ilustre de Jim Sheridan e pela companhia de Daniel Craig (com quem engatou um namoro nas filmagens) e Naomi Watts, a atriz aparece no papel de esposa que guarda um segredo num filme de muitas reviravoltas. Pena que na ânsia de surpreender o espectador nada faz sentido em reviravoltas bruscas e cansativas reservando para Weisz o papel mais idiota dessa lista. Na época que ela era casada com Darren Aronofsky ela pode não ter conseguido sucessos de bilheteria, mas pelo menos conseguia aparecer em filmes bons de se assistir. Ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante por O Jardineiro Fiel (2005) a atriz quer reconquistar o prestígio vivendo Jaqueline Kennedy numa produção da Dreamworks. 

1 Colheita do Mal (2007) O que faz esse filme estar em primeiro lugar dessa lista horrorosa é o fato de sua estrela ter não um, mas dois Oscars na estante! Depois do Oscar de Meninos não Choram (1999), Hilary Swank já havia provado que tinha dificuldade em escolher papéis em filmes decentes, pensaram que depois do segundo prêmio da Academia por Menina de Ouro (2004) a coisa iria melhorar. Puro engano. Colheita do Mal é mais um dos filmes que atribuem o mal à uma criança mal assombrada, só que dessa vez ela atrai as pragas do Egito para uma cidadezinha do sul dos EUA. Swank vive uma cética cientista que tenta explicar os fenômenos, o filme começa bem, mas vai perdendo o fôlego, se enrolando em sua própria história - forçando a mal em romances descabidos e ocultismo de boteco num resultado desengonçado. Mas Swank deve ser brasileira e não desistir nunca, ela voltou a investir nos fãs do gênero. Não, não me refiro à PS.: Eu te Amo/2007 (que apesar de se dizer comédia romântica é um horror), mas ao recente A Inquilina que repete os conceitos de uma bando de filmes que você já viu antes. 

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