quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Na Tela: Apenas um Garoto em Nova York

Kate e Callum: romance proibido. 

Lembro quando eu era adolescente e ganhei uma coletânea do Everything But The Girl e uma das músicas se chamava The Only Living Boy in New York e ao escutar pensei que parecia música de filme (pelo encarte descobri que se tratava de uma música de Simon & Garfunkel lançada em 1970). Quando vi que estava em cartaz um filme chamado Apenas um Garoto em Nova York, logo lembrei da música - que dá o título original do filme. Some isso aos atores interessantes que estão no elenco e a direção de Marc Webb e a vontade de assistir cresce... no entanto, eu deveria ter reparado quem assinava o roteiro - Allan Loeb (um sujeito que tem mais de vinte filmes no currículo e o melhorzinho é Quebrando a Banca/2008), mas vai que ele acertava a mão desta vez. Bem, fica para a próxima. O filme começa bem com a voz pitoresca de Jeff Bridges narrando suas amarguras sobre nossas expectativas sobre Nova York e histórias de amor, mas o protagonista da história é Thomas (Callum Turner), um rapaz filho de um casal (Pierce Brosnan e Cynthia Nixon) envolvido com o mundo das artes que ainda não sabe quer tomar na vida. Ele está apaixonado pela namorada de um amigo que vive fazendo turnê com sua banda de nome esquisito. Enquanto vive este impasse amoroso, Thom acha que seguir a carreira literária poderia ser interessante, principalmente depois que conhece seu vizinho escritor alcoólico W.F. Gerald (Jeff Bridges), que se torna seu confidente. A vida do rapaz segue sem muitas emoções até o dia em que descobre que seu pai está tendo um caso com uma mulher mais jovem (e lindíssima), a editora Johanna (Kate Beckinsale). Ele passa a seguir a moça até o inevitável enfrentamento, só que ele não imagina que Johanna está bem longe do perfil da amante interesseira que ele imagina. Desde o início sabemos no que vai dar o encontro dos dois e o novato Callum Turner até consegue inserir algum charme num personagem apático que tem lá seus dilemas para enfrentar, mas são os atores mais experientes que acabam roubando a cena, especialmente quando você percebe que a história principal do filme era outra - e estava escondida nos pequenos detalhes que são revelados aos poucos. No elenco, Brosnan e Bridges fazem personagens que já estão habituados. Beckinsale prova novamente que continua buscando papéis diferentes  dos que a tornaram conhecida, demonstrando que além de beldade ela é uma atriz de verdade (embora o botox atrapalhe na hora de chorar), mas é Cynthia Nixon que alcança aqui mais uma marca positiva para sua carreira pós-Sex & the City. Esqueça Sarah Jessica Parker, foi Cynthia que se tornou atriz de cinema respeitada após o cultuado seriado. No entanto, existe um grande problema no filme: após feita a grande revelação da história, o roteiro não sabe muito bem o que fazer com as consequências e tudo se resolve meio de qualquer jeito numa manjada passagem de tempo, assim, o texto acaba comprometendo o próprio trabalho do diretor Marc Webb, que preso ao tom amargo de uma história desengonçada, não consegue encontrar o tom e o ritmo certo da história, deixando tudo um pouco arrastado e irregular. Neste contexto, até a música que inspira o título soa um tanto mal aproveitada, tocando só um pedacinho numa cena nada memorável. 

Apenas um Garoto em Nova York (The Only Living Boy in New York) de Marc Webb com Callum Turner, Jeff Bridges, Kate Beckinsale e Kiersey Clemons. ☻☻

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