segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Na Tela: It - A Coisa

Bill: palhaço do mal. 

Fazia tempo que um filme baseado na obra de Stephen King não dava tanto o que falar quanto It: A Coisa, ironicamente o filme entrou em cartaz praticamente ao mesmo tempo que outra versão de uma obra do autor que vai muito mal nas bilheterias (o fiasco A Torre Negra), o que faz lembrar que somente a assinatura ilustre do escritor não garante sucesso. Já vai para quatro décadas que as obras do escritor chegam aos cinemas e o sucesso de It não deixa de ser uma comemoração para a ligação de King com o cinema. Houve uma versão anterior lançada no formato de mini-série em 1990 e marcou época para aqueles que foram às locadoras acompanhar as diabruras de um palhaço macabro que azucrinava um grupo de pessias nos anos 1960.  A nova versão foi sabiamente transposta para os anos 1980 e deixou tudo com clima da série Stranger Things, o que ajuda o filme a dialogar muito bem com o público atual (lembrando que a série bebe diretamente na fonte de King), além de aumentar o charme da ambientação com pôsteres na parede, trilha sonora e uma ingenuidade desbocada que se perdeu no tempo. O diretor argentino Andy Muschietti (de Mama/2013) demonstra total domínio narrativo para equilibrar cenas de horror e humor, conduzindo muito bem o grupo de jovens atores - que causa identificação na plateia e gera torcida empolgada durante todo o filme. O ponto de partida é o desaparecimento do irmão caçula de Bill (o ótimo Bill Denbrough de Destino Especial/2016) que junto com um grupo de amigos (incluindo Finn Wolfhard e Stranger Things) conhecido Clube dos Perdedores irá tentar encontrá-lo. As poucos o grupo de amigos cresce em número e passa a contar até com uma menina, a adoravelmente mal falada Beverly (Sophia Lillis). A apresentação dos sete personagens forma o primeiro ato da história, que também explora os problemas adolescentes que cada um deles possuem, o que ganha maior importância quando passam a ser assombrados pelo estranho palhaço Pennywise (em arrepilante atuação de Bill Skarsgaard), que está por trás do desaparecimento de crianças há tempos e que se alimenta do medo de suas vítimas. Com várias cenas de arrepiar (usando toda a cartilha do gênero, efeitos especiais nojentos, sangue, monstros, casa assombrada, garoto psicopata, trilha sonora arrepiante...), o filme não economiza nos sustos (alguns bem elaborados), mas consegue manter o tom de aventura sem esquecer de aprofundar seus heróis juvenis. Tocando em questões de abuso, bullying e preconceitos sem parecer forçado ou didático, o filme mostra-se um grande acerto ao ter um  olhar terno sobre seus heróis cheios de boas intenções. Com a bilheteria astronômica arrecadada ao redor do mundo, crescem os boatos de uma segunda parte, onde será abordada a outra fase da história onde os personagens aparecem crescidos. Sem a leveza da infância no próximo filme, provavelmente resultado será ainda mais sombrio, resta saber se o público irá se envolver da mesma forma com a nova aventura. Até lá, It: A Coisa promete fazer ainda mais sucesso, afinal, foi feito sob medida para isso. 

O Clube dos Perdedores: jeito de Stranger Things. 

It: A Coisa (It / EUA-Canadá) de Andy Muschietti com Bill Denbrough, Sophia Lillis, Bill Skarsgaard, Jack Dylan Grazer, Wyat Oleff, Finn Wolfhard, Jeremy Ray Taylor e Chosen Jacobs. ☻☻

Um comentário:

  1. Eu amei essa estreia. Eu gosto da história de Stephen King desde que eu li o livro. Pessoalmente adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em essas histórias. O It filme 2017 foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. Mais que filme de terror , é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá.

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