sábado, 25 de fevereiro de 2017

INDICADOS AO OSCAR 2017: Melhor Diretor

Barry Jenkins (Moonlight)
Jenkins se tornou um dos cineastas mais premiados do ano ao contar a construção da identidade de um personagem de uma maneira bastante particular. Seu trabalho em Moonlight é bastante sutil, singelo e extremamente emocional ao contar a história do menino negro que procura por afeto num mundo cheio de agressividade. Nada mal para quem está em seu segundo longa metragem atrás das câmeras (o primeiro foi Medicine for Melancholy/2008 que já conseguiu sucesso perante a crítica). Esta é a primeira indicação de Jenkins ao Oscar - se levar, será o primeiro diretor negro a levar a estatueta da categoria. 

Depois de levar quase todos os prêmios da temporada, chegou a hora de ver se Damien irá levar o Oscar! Chazelle conta uma história de amor que mescla sonhos e realidade em Los Angeles (além de várias referências ao gênero). O cineasta já havia chamado atenção do público e dos votantes do Oscar em seu filme anterior - o sensacional Whiplash (que levou 3 Oscars e lhe rendeu uma indicação ao Oscar de roteiro adaptado). Aos 32 anos, Chazelle já acumula três indicações (já que este ano concorre na categoria de direção e roteiro original) e desde seu primeiro filme (Guy and Madeline on a Park Bench/2009) demonstra pensar cinema musicalmente. 

O diretor canadense já possui dez longas no currículo e um deles já concorreu na categoria de melhor filme estrangeiro (o magistral Incêndios/2010), fato que carimbou seu passaporte para Hollywood. Desde então a Academia ficou atenta ao seu trabalho, mas somente agora ele conquistou sua primeira indicação pela ficção científica mais ousada dos últimos tempos. A Chegada deseja ser mais do que um filme de invasão alienígena e mais uma reflexão sobre a comunicação em tempos de avanços tecnológicos e intolerância. Mesmo que não leve o Oscar, o diretor provou que um cineasta cheio de ideias pode fazer a diferença quando sabe exatamente onde quer chegar. 

No cinema independente, Lonergan faz filmes bastantes peculiares e de personalidade marcadamente literária. Com Manchester à Beira Mar ele consegue o equilíbrio perfeito de seu estilo ao contar a história de um homem despedaçado por dentro e que não encontra a sua tão almejada catarse. Com três filmes no currículo, o diretor foi indicado anteriormente na categorias de melhor roteiro original por seu primeiro longa (Conte Comigo/2001) e pelo texto de Gangues de Nova York (2002) de Martin Scorsese. Neste ano ele aparece no páreo de diretor e mais uma vez no páreo de roteiro original. 

Com quantos corpos despedaçados se recebe o perdão de Hollywood? Segundo Mel Gibson: muitos! Mel andava em baixa depois de tropeços na sua vida pessoal - e mesmo quando voltou a atuar não rendeu o esperado. No entanto, Gibson é obstinado e ao contar a história do herói de guerra Desmond Doss o diretor fez tudo que a velha guarda da Academia adora: apelo ao patriotismo, narrativa tradicional, trilha sonora edificante, uso excessivo de câmera lenta e um toque de religiosidade. O resultado foi ver o filme nas principais categorias da noite incluindo a de direção. Gibson já tem um Oscar de diretor na estante por Coração Valente/1995 e outro pela produção do mesmo filme. Mel é o único já contemplado entre os concorrentes da categoria. 

É público e notório que a Academia não morre de amores por filmes de terror, mas penso que eles poderiam ter lembrado de um dos filmes mais falados do ano em algumas categorias. Como não aconteceu, eles poderiam contemplar Robert Eggers pelo seu notório trabalho de direção no filme de terror mais falado do ano. Ganhador do prêmio de melhor diretor em filme dramático no Festival de Sundance no ano passado, Eggers faz um trabalho impressionante junto aos atores e na construção de uma atmosfera tensamente sinistra da primeira até a última cena. Seria uma boa opção para a Academia fugir do óbvio entre os indicados que vieram somente de lançamentos do fim do ano.  

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