quinta-feira, 6 de outubro de 2016

PL►Y: A Jornada de Hank Williams

Elizabeth e Tom: casal em conflito. 

Nas especulações para o último Oscar algumas pessoas consideravam que Tom Hiddleston tinha chances de ser indicado por sua performance na pele do cantor Hank Williams na cinebiografia dirigida por Marc Abraham, mas, infelizmente, não foi o que aconteceu. O filme não encontrou espaço para estrear junto aos pesos pesados da temporada de ouro e teve que se contentar com aparições em festivais no ano passado e uma estreia modesta nas salas americanas em abril de 2016. Embora seja uma biografia bastante tradicional, A Jornada de Hank Williams é um filme bem feito a que se assiste sem grande esforço - o que  é ótimo, já que a narrativa flui naturalmente pela atuação de Hiddleston na pele do cantor que se tornou um dos maiores artistas da música country americana nos anos 1940 - e que morreu, precocemente, aos 29 anos de idade por insuficiência cardíaca quando seguia para fazer um show. O filme acompanha a ascensão de Hank, seus problemas de saúde e longo histórico com mulheres - o que deixava sua esposa profundamente irritada. Embora lembre em alguns aspectos o premiado Johnny & June (2005) o filme está longe de atenuar o desgastado relacionamento entre o cantor e sua esposa, Audrey (Elizabeth Olsen), que sempre enfrentou dificuldades para se firmar como cantora à sombra do marido (o que também ajudava a deixar o relacionamento sempre tenso). O filme ressalta como a vida de famoso naquela época já não era fácil - e se complicava cada vez mais com os remédios fortes utilizados por Hank para controlar as insuportáveis dores nas costas que sentia. Famoso por viver o vilão Loki nos filmes da Marvel, Tom Hiddleston já provou que não é sujeito de um papel só - e aqui sua performance será lembrada para além das cenas dramáticas, afinal, as cenas de palco são realmente boas pela desenvoltura com um violão nas mãos e um microfone (pois é, em algumas cenas o ator solta a voz de verdade!). Se lembrarmos que o ator nasceu na Inglaterra, seu trabalho impressiona ainda mais, já que aprendeu o sotaque sulista do personagem com perfeição (e Tom chegou a declarar que aprendê-lo foi uma das coisas mais difíceis de sua carreira), no entanto, não é apenas Hiddleston que está em plena sintonia com seu personagem, Elizabeth Olsen prova mais uma vez que é a irmã mais talentosa da família Olsen, criando uma Audrey que transita entre a mulher apaixonada e a amargura sem dificuldades (e sem escorregar no sotaque), no que pode se considerar seu melhor papel em muito tempo. Embora não tenha chamado atenção nos cinemas, A Jornada de Hank Williams merece atenção do público por relembrar um personagem importante da música americana e por trazer duas atuações marcantes em sua produção. 
  
A Jornada de Hank Williams (I Saw The Light/EUA-2015) de Marc Abraham com Tom Hiddleston, Elizabeth Olsen e Cherry Jones. ☻☻☻

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