terça-feira, 27 de outubro de 2015

PL►Y: Creep

Mark: sujeito esquisito. 

Mark Duplass é um dos artistas mais influentes do cinema independente. Produtor, diretor, roteirista e ator, Mark tem uma queda por comédias dramáticas, mas, recentemente se aventurou por filmes de terror. Foi assim que causou certo alvoroço em festivais quando emprestou sua figura simpática para um filme feito com câmera (trêmula) na mão onde vive um sujeito muito esquisito. O filme conta a história de um videomaker chamado Aaron (Patrick Brice, que também assina a direção e o roteiro do filme), que responde a um anúncio de quem precisa de seus serviços por um dia. Aaron segue para o endereço indicado, um local afastado, no meio de um bosque, sem outros moradores por perto... é ali que conhece Josef (Duplass, que também assina o roteiro e a produção), um sujeito de olhar estranho e que desde o início demonstra interesse em provocar sustos no seu contratado. Josef conta que sua esposa está grávida, mas que por conta do câncer que se espalha pelo seu corpo, ele não poderá conhecer o herdeiro, por isso, teve a ideia de filmar um dia de sua vida para que o filho pudesse conhecê-lo melhor.  O filme então gasta tempo com imagens prosaicas sobre o personagem, mas que revela aos poucos (em alguns momentos de forma cômica) que existem alguns parafusos fora do lugar... A tensão (a sexual, inclusive) cresce vagarosamente, até que os aspectos mais sombrios do personagem começam a surgir. Ainda que Creep siga aquele estilo de documentário fake tão em moda ultimamente, com câmera trêmula e roteiro frouxo, ele tenta subverter um pouco alguns paradigmas desse estilo. Embora não seja surpreendente, o filme beneficia-se muito da eficácia de Duplass em direcionar olhares arrepiantes para a câmera, construindo um sujeito sutilmente doentio. Elementos como a assustadora máscara de lobo e o belíssimo plano utilizado no último encontro dos personagens fazem a diferença durante no que começou como a ideia de uma comédia de humor negro e descambou para o horror. Talvez seja essa mudança de foco que deixou a produção um pouco irregular, mas ainda assim, coerente com o estilo a que se dedica, sobretudo por manter a tensão com somente dois atores em cena. 

Creep (EUA-2014) de Patrick Brice com Mark Duplass e Patrick Brice. ☻☻

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