quarta-feira, 8 de julho de 2015

PL►Y: Lucy

Scarlett: quando a Viúva Negra se torna Fênix Negra...

Quando estava em cartaz nos cinemas, eu fiquei surpreso com o sucesso de Lucy, o último filme de Luc Besson. Fazia tempo que Besson não fazia um filme de sucesso (desde O Quinto Elemento/1997) e sua fama como diretor ia de mal a pior depois que nem com a ajuda dos escolados Robert DeNiro e Michelle Pfeiffer, conseguiu fazer A Família (2013) chamar a atenção. Considerado o cineasta mais hollywoodiano do cinema francês, seu cinema estava cada vez mais distante dos anos em que a tríada Subway (1985), Imensidão Azul (1988) e Nikita (1990) o colocaram sob os holofotes da crítica e do público por sua estética moderninha que aparece maid do que nunca em Lucy. Lucy (vivida por Scarlett Johansson) é uma jovem americana que se mete numa grande encrenca em Taiwan, quando o namorado a obriga a entregar uma maleta de conteúdo desconhecido para um grupo de homens muito suspeitos. Algemada à maleta, Lucy irá descobrir que trata-se de um novo tipo de droga e, recusando-se a participar do plano de traficar a substância, ela acabará sofrendo uma cirurgia que a fará  tendo que transportar a droga dentro do próprio corpo. Um incidente, no entanto, fará com que a embalagem seja violada e a substância seja despejada em seu organismo. O efeito da droga no entanto, não provoca uma overdose, mas amplia sua atividade cerebral cada vez mais, fazendo com que ela possa alcançar cem por cento da capacidade cerebral em breve. Se o cérebro só atua normalmente com dez por cento de sua capacidade, com essa atividade ampliada, Lucy passa a controlar tudo em seu corpo (inclusive a dor), sua percepção sensorial torna-se maior e ela começa a ter poderes para movimentar o que esteja por perto, controlar aparelhos eletrônicos e suas possibilidades aparecem ilimitadas. No entanto, aos poucos ela descobrirá que seu corpo agora depende da droga e ela terá que encontrar as outras pessoas que servem de transporte para os traficantes. Com a ajuda de um policial (o egípcio Amr Waked) e um cientista especialista no assunto (Morgan Freeman), ela terá que enfrentar os traficantes que estão dispostos a tudo para recuperar a substância. Lucy nada mais é do que a versão exagerada do modesto Sem Limites (2011), onde Bradley Cooper também começa a desenvolver todo o potencial de seu cérebro com uso de uma droga em experimento. A diferença é que Sem Limites mantem o pé no chão, enquanto Lucy mergulha nos delírios do desconhecimento do que o ser humano poderia fazer se explorasse todo o potencial do seu cérebro. Besson mescla sua história com analogias animalescas, contagem progressiva (pautada no cérebro da personagem) e muitos efeitos especiais para dar conta de um fiapo de história que toma rumos estapafúrdios conforme Lucy torna-se cada vez mais poderosa. O resultado parece uma variante da Fênix Negra dos X-Men batida no liquidificador com toda a histeria cênica que o cinema de Besson adora e, que de vez em quando, sua plateia também. 

Lucy (França/2014) de Luc Besson com Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Amr Waked, Min-Sik Choi e Analeigh Tipton. 

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