segunda-feira, 20 de julho de 2015

PL►Y: Godzilla

Aaron: o verdadeiro protagonista de Godzilla.

Faz tempo que Hollywood tenta fazer do monstro Godzilla um sucesso do cinema americano. O monstro ícone do cinema japonês já protagonizou 28 filmes da Toho Film Company em sua terra natal, enfrentando monstros variados, alienígenas e até King Kong (em 1962)! O Rei dos Monstros ainda virou personagem de duas séries de desenho animado (em 1977 e 1998), além de personagem de história em quadrinhos da Marvel em 1977 e 1979! Em Hollywood a carreira do personagem é mais restrita, em 1998 foi levado para a cidade de Nova Iorque pelo diretor Roland Emmerich produzido pela TriStar Pictures e o resultado dividiu o opiniões com o roteiro fraco e elenco irregular... decepcionando nas bilheterias as intenções de uma franquia naufragaram. Ano passado foi a vez da Warner ressuscitar Godzilla com um elenco de respeito que ajudou em sua arrecadação mundial de bilheteria. A trama tem um cuidado minucioso de contar a origem do monstro, fundindo ao drama da família Brody. Sandra Brody (Juliette Binoche) e Joe Brody (Bryan Cranston) trabalham numa usina nuclear no Japão e um acidente irá mudar suas vidas para sempre, especialmente do pequeno Ford, que crescido se tornará (Aaron Taylor-Johnson) membro do esquadrão anti-bombas americano e que tem problemas em lidar com a obsessão do pai com o acidente ocorrido mais de uma década atrás. Joe ainda persegue os motivos do acidente e percebe que há alguns mistérios que não querem que sejam descobertos. A vida de Ford seguiu, ele casou (com Elizabeth Olsen) e tem um filho adorável, mas o pai irá tragá-lo para uma descoberta inusitada: monstros que se alimentam de radioatividade desde antes da origem da humanidade e que estão prestes a despertar. Esses monstros são os alvos dos cientistas Vivienne Graham (Sally Hawkins) e Ishiro Serizawa (Ken Watanabe) que percebem ser inevitável evitar que o monstro ancestral Gojira desperte e preserve o equilíbrio numa Terra que pode ser povoada por monstros novamente.  O pequeno texto acima reflete o clima do filme: uma estrutura rebuscada entre cientistas, militares e civis que terão que lidar com grandes problemas e, como deu para perceber, o Godzilla aparece pouco, sendo visto de relance durante o maior parte da sessão e tendo destaque somente na batalha final. Acho que o filme do diretor Gareth Edwards (que ficou famoso com o cultuado indie pós-apocalíptico Monsters/2010) é um filme de Godzilla que não quer ser filme de Godzilla, preferindo se concentrar nos dramas humanos de quem presencia o aparecimento do monstro, o problema é que o drama dos personagens não são originais, parecendo seguir o típico manual de filme catástrofe (o passado que retorna, a família que se separa e se reencontra...) empolgando menos do que deveria numa estrutura narrativa manjada. Quem curte efeitos especiais e sonoros poem até curtir a cenas com os monstros gigantes, mas fica evidente a dificuldade do roteirista encontrar assunto para encher linguiça entre essas cenas - que se forem somadas duraria uns trinta minutos. Será que a sequência agendada para 2018 irá melhorar a fórmula gasta?

Godzilla (EUA-2014) de Gareth Edwards com Aaron Taylor-Johnson, Bryan Cranston, Elizabeth Olsen, Ken Watanabe, Sally Hawkins e Juliette Binoche. 

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