domingo, 23 de fevereiro de 2014

INDICADOS AO OSCAR 2014: DIRETOR


Alfonso Cuarón (Gravidade) O mexicano tinha alguns filmes de prestígio no currículo (talvez o maior deles seja E Sua Mãe Também/2001 que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de roteiro original), mas Hollywood nunca pareceu levá-lo muito a sério. Ainda bem que ele contou com a ajuda de Sandra Bullock para tirar o roteiro sobre uma astronauta perdida no espaço do papel. Cuarón  consegue universalizar a trajetória da protagonista e, de quebra, criar um espetáculo de tirar o fôlego, nos colocando no espaço junto com a personagem. Ganhador de vários prêmios da temporada (incluindo o Globo de Ouro e o BAFTA de direção) é o favorito na categoria. Cuarón também já concorreu aos prêmios de edição e roteiro adaptado por Filhos da Esperança (2006).

Alexander Payne (Nebraska) Lançado ao estrelato indie em 1996 e nascido em (adivinhe?) Nebraska, Payne pode ser considerado um dos melhores diretores surgidos na década de 1990. Nebraska é o reencontro com as raízes de sua carreira, conta uma trama improvável que fala sobre mais coisa do que parece acontecer na tela. Pela condução da história de um senhor (Bruce Dern, na foto com o diretor) que tenta resgatar o prêmio de um milhão de dólares (que existe só na cabeça dele), Payne concorre ao Oscar de diretor pela terceira vez (antes ele concorreu por Sideways/2004 e Os Descendentes (2011), no currículo ele também tem duas estatuetas (pelo roteiro adaptado de ambos) e uma indicação pelo roteiro adaptado do sensacional Eleição (1999). 

David O. Russell (Trapaça) O novaiorquinho se tornou o novo queridinho de Hollywood. Depois de começar a carreira com filmes um tanto estranhos (lembra da estreia no incestuoso  A Mão do Desejo/1994) e cheia de discussões com o elenco, Russell já soma sua terceira indicação ao Oscar ao de direção (as anteriores foram por O Vencedor/2010 e O Lado Bom da Vida/2012 , que lhe valeu ainda uma indicação pelo roteiro adaptado) nessa espécie de homenagem ao cinema de Martin Scorsese. O filme mistura agentes federais, trambiqueiros e políticos numa trama estapafúrdia (que também indicou o trabalho do diretor na categoria roteiro original) que se tornou sucesso mundial de bilheteria. 

Martin Scorsese ( O Lobo de Wall Street) O ítalo-americano de NY prova mais uma vez que é o único diretor de sua geração que não se acomodou. Atendendo ao pedido de Leonardo DiCaprio ele topou dirigir a biografia de Jordan Belfort - que fez fortuna enquanto consumia drogas, saia com prostitutas e realizava uma série de crimes de colarinho branco na década de 1990. Apesar de não ser o favorito, trata-se de uma honra estar no páreo com o mestre que já concorreu ao Oscar de direção oito vezes (sendo a última por A Invenção de Hugo Cabret/2011). Scorsese é o único da categoria que tem um Oscar de direção na estante (por Os Infiltrados/2006)

Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) Na minha modesta opinião, o diretor inglês merecia uma indicação ao Oscar desde o seu primeiro longa metragem (Fome/2008). Parceiro de Michael Fassbender (de chapéu na foto ao lado) - com quem ainda realizou o excepcional Shame/2011. A Academia reparou nele somente agora, quando ele toca numa das feridas mais escondidas do cinema americano: a escravidão. Contando a história de um negro livre que é escravizado e submetido a várias crueldades, McQueen faz um manifesto doloroso sobre um período que o cinema americano prefere não abordar. 

O ESQUECIDO: SPIKE JONZE (Ela) Revelados nos video clipes e aclamado desde a sua estreia em Quero Ser John Malkovich (1999) - pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar de direção. Jonze (com fone de ouvido na foto ao lado)se tornou expert em filmes tão estranhos quanto cativantes. Ela concorre em cinco categorias no Oscar (filme, roteiro original, trilha sonora, canção e design de produção) mas ficou de fora da categoria de direção. Pelo menos ele tem chance de levar a estatueta de roteiro original pela a história de um homem que se apaixona por um sistema operacional (enquanto fala de nossa necessidade em se conectar com alguém). Talvez a Academia esteja aguardando o dia em que o diretor fará um filme mais convencional para lembrar dele, mais uma vez, como cineasta. 

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