sexta-feira, 12 de julho de 2013

CATÁLOGO: 300

Butler: um espartano como manda o figurino. 

Em 2006 chegava a encher o saco a quantidade de pessoas que ficava falando sobre 300, adaptação para o cinema da célebre graphic novel de Frank Miller sobre o famoso exército de Esparta. No Brasil o burburinho foi ainda maior com Rodrigo Santoro na pele do vilão semideus andrógino Xerxes O filme foi o segundo longa dirigido por Zack Snyder, que aqui percebeu que poderia mostrar tudo o que era capaz  de fazer na construção de imagens com ajuda de computadores. Se em Madrugada dos Mortos (2002), alguns mais céticos ainda suspeitavam da capacidade do diretor contar uma história decente, aqui ele demonstrou que pode retratar personagens com a mesma intensidade das cenas de ação cuidadosamente elaboradas. O filme é bastante fiel à obra de Miller, isso já agrada os fãs, mas a atmosfera agressiva impressa pelo diretor caiu no gosto do público que transformou o filme num sucesso que terá sua sequência lançada em 2014 (e onde somente Santoro participará do elenco origina). O filme ficou famoso por atrair os marmanjos com suas cenas violentas e a mulherada por conta dos atores de musculatura incrementada digitalmente em trajes sumários. Não deixa de ser curioso que o filme conte com atores que ganharam destaque nos anos seguintes: Michael Fassbender, David Wenham, Dominic West, Lena Headey e, obviamente, Gerard Butler. O filme colocou Butler na categoria brucutu favorito da mulherada (tanto que apareceu em várias comédias românticas), coisa que não acontecia quando era visto como um canastrão irlandês. Butler encarna o rei Leônidas de Esparta com uma gana impressionante! É da construção dessa figura emblemática que nasce a força dos 300 espartanos contra o avanço do império sanguinolento de Xerxes, rei da Pérsia. O bando de Xerxes era mais numeroso, mas não contava com a coragem, honra e senso de sacrifício da tropa de Leônidas. O final todo mundo já sabe, afinal trata-se de um embate emblemático da história da humanidade. Snyder capricha nas cenas de batalha, num ritmo vertiginoso em que o espectador parece estar no meio dos personagens! Tem sangue a rodo, mas o diretor parece saber o momento certo para definir cada personagem dentro da trama. Até mesmo o modesto papel da Rainha vivida por Lena Headey tem seus momentos de grande força dramática. Além do cuidado com o desenho cru dos personagens, 300 tem um trabalho gráfico impressionante, que sofreu algumas críticas (desnecessárias) por suas semelhanças com os games. Esteticamente irretocável e de ação incessante, 300 estabeleceu uma espécie de novo gênero: o "neo-épico", uma espécie de reinvenção que o diretor também experimentava em seu filme anterior (com os "neo-zumbis"), o maior mérito de Zack é que mesmo com tantos elementos que poderiam deixar o filme ridículo, ele mantém a testosterona no topo num equilíbrio que é mais complicado do que aparenta. Prova disso é Rodrigo Santoro como Xerxes, gigantesco em suas ambiguidades, assim como todo o filme - que serviu para Snyder fazer das adaptações de HQs o seu território favorito. 

300 (EUA-2006) de Zack Snyder com Gerard Butler, Michael Fassbender, Rodrigo Santoro, Dominic West e Lena Headey. ☻☻☻

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