sexta-feira, 28 de junho de 2013

Combo: Vampiros

O vampiro já é considerado mais do que um ser folclórico: é um verdadeiro ícone da cultura pop! Dizem que desde a pré-história existe a figura do homem que se alimenta do sangue de seus semelhantes, mas foi no século XIX que consolidou-se a mítica acerca desse ser de caninos afiados. A figura do vampiro está presente no folclore europeu muito antes do sucesso de livros como O Vampiro de John Polidori (lançado em 1819) e Drácula de Bram Stocker (de 1897). Mas a figura deste personagem há muito transcende a literatura - aparecendo em pinturas e ganhando forma ainda mais sedutora no cinema. Das criaturas clássicas do horror nenhum a consegue rivalizar com os sugadores de sangue. Lobisomens? Múmias? Frankenstein? O sujeito de caninos afiados é imbatível. Embora de vez em quando apareçam uns Crepúsculos da vida, a imagem dessa criatura da noite permanece imortalizada na sétima arte com atuações memoráveis como do hors concours Béla Lugosi. O romeno foi condenado ao papel de Drácula-mor em vários filmes desde que incorporou o personagem em 1931 no longa de Tod Browing. Neste Combo eu destaco os meus discípulos favoritos de Lugosi   §:^= 

5 Fome de Viver (1983) Dá para imaginar dois ícones mais pops para interpretar um casal de vampiros sedutores na década de 1980? Tony Scott acertou em cheio em seu filme de estreia quando escolheu a diva Catherine Deneuve e o camaleão David Bowie para viver um casal de vampiros amantes que atravessam os séculos em busca de sangue e parceiros sexuais (não necessariamente nessa ordem). O filme se tornou cult com seu visual estiloso. É clássica a cena em que o personagem de Bowie envelhece  décadas pelas horas em que espera para ser atendido por uma médica (Susan Sarandon) - que será a nova presa de sua parceira de caninos afiados. Não bastasse o olhar tragicamente sedutor sobre o que é viver para sempre, o filme ainda conta com a antológica canção Bela Lugosi is Dead do Bauhaus - que ficou conhecida como o primeiro rock gótico da história.

4 A Sombra do Vampiro (2000) No Oscar de ator coadjuvante em 2001 os cinéfilos se dividiam entre a torcida por Benício Del Toro (que acabou levando o prêmio para casa por Traffic) e Willem Dafoe por esta brincadeira com o clássico do expressionismo alemão Nosferatu (1922) de F.W. Murnau (interpretado no filme por John Malkovich). Dafoe interpreta o enigmático ator daquele clássico do cinema, Max Schreck, que marcou época com sua assustadora caracterização. Como não se sabia muita coisa sobre o ator, A Sombra do Vampiro defende a tese de que o próprio Max era um vampiro e foi responsável pelos estranhos acontecimentos ocorridos na época das filmagens. Dafoe faz um trabalho magnífico debaixo da maquiagem e merecia todos os prêmios daquele ano. Vale lembrar que o verdadeiro Max fez sólida carreira no teatro depois do filme de Murnau, até falecer de infarto em 1936. 

3 Deixe Me Entrar (2010) Na medalha de bronze temos uma novata, Chloë Grace  Moretz interpretou a pequena vampira Abby, condenada a viver eternamente no corpo de uma pré-adolescente a menina chama a atenção de um menino (Kodi Smith-McPhee) quando se muda para a vizinhança com seu protetor (Richard Jenkins). Aparecendo somente a noite e cheia de mistérios, a menina começa a atacar os  vizinhos e precisará de ajuda se quiser continuar viva. As dores da adolescência (hormônios, solidão, amizade, auto-estima...) aparecem como ingredientes deste drama de horror. Apesar de extremamente bem cuidado, o filme do diretor Matt Reeves foi penalizado por ter sido considerado uma refilmagem do sucesso sueco Deixe Ela Entrar (2008) - também baseado no livro de John Lindqvist. Eu considero o filme muito bom, especialmente pela atuação de Moretz que dá um banho na jovem atriz amadora do filme original. 

3 Entrevista com o Vampiro (1994) Brad Pitt começava a sentir o gostinho do sucesso, Tom Cruise buscava um papel totalmente diferente dos que fazia e Kirsten Dunst estreava no cinema... qual o resultado disso? O maior sucesso de bilheteria do diretor Neil Jordan! Baseado no livro de Anne Rice nem a peruca horrenda de Antonio Banderas estragou o andamento da trama sobre a história do bonzinho Louis (Pitt) que tem a vida transformada ao conhecer o vampiro Lestat (Cruise) que precisa de companhia para atravessar a vida na eternidade. Logo a pequena Claudia (Dunst)  irá se juntar a eles e formar uma família muito estranha. Jordan faz um filme de visual irretocável, atmosfera sombria e bastante melancolia. Poucas vezes os vampiros foram retratados com tanto estilo e dramaticidade no cinema. O mais engraçado é que no elenco, cheio de astros populares da década de 1990, é Dunst que rouba a cena convencendo como uma mulher ardilosa presa ao corpo de uma menina de rosto angelical. 

1 Drácula de Bram Stoker (1992) Conheço todos os motivos que podem não fazer do filme de Francis Ford Coppola o seu favorito sobre vampiros, mas existe um motivo que se tornou unânime sobre sobre ele: Gary Oldman. Na pele do famoso conde da Transilvânia, o ator tem a atuação de sua vida! Oldman está magnético como o nobre que vai lutar nas cruzadas e ao retornar descobre que sua amada noiva (Winona Rider) está morta.  Desesperado ele blasfema contra Deus e é amaldiçoado a viver eternamente sugando sangue humano. Eis que séculos depois ele parece reencontrar sua amada e fará de tudo para ficar com ela!  Completam o elenco Anthony Hopkins, Keanu Reeves e Tom Waits! Coppola pode até exagerar no tom operístico em vários momentos, mas não se pode negar que nunca o maior de todos os vampiros recebeu tratamento tão romanticamente solene e uma atuação tão virtuosa de seu intérprete. 

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