terça-feira, 25 de outubro de 2011

CATÁLOGO: A Morte Lhe Cai Bem

Goldie e Meryl: Eternamente jovens (eternamente mesmo...) 

Neste final de semana revi um filme que sempre me faz dar boas risadas: A Morte Lhe Cai Bem, que deve ser o filme mais escrachado de Robert Zemeckis. Antes de ter um Oscar na estante por Forrest Gump (1994) o diretor já tinha em seu currículos filmes divertidos como a trilogia De Volta para o Futuro (1985/1989/1990) e o inovador Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), mas esta comédia de humor bizarro estrelada por três atrizes renomadas (Meryl Streep, Goldie Hawn e Isabela Rosselini) e um astro que estava com tudo na década de 1990 (Bruce Willis) era o ápice do cinema fantástico do diretor, antes da oscarização com Forrest. Teve crítico que torceu o nariz para essa sandice de Zemeckis que deve muito ao cinema trash. A trama absruda conta a saga de duas inimigas, uma arrogante diva hollywoodiana, Madeline Ashton (Streep que não tem medo de exagerar quando pega uma comédia pela frente) e uma roteirista, Helen Sharp (Hawn). As duas tem um relacionamento estranho regado à muita inveja e ego ferido desde a adolescência - e as coisas só tendem a piorar quando Madeline rouba o noivo (Willis, um perfeito paspalho) de sua amiga. Helen fica inconsolada, passa sete anos engordando e revendo um filme em que Madeline é assassinada (fique atentos à cara de psicótica que Goldie faz quando é levada pela polícia). Como o tempo passa para todo mundo, Madeline enfrenta a decadência de sua carreira e de seu casamento - regado às frustrações dela e do esposo (que de cirurgião plástico se torna maqueador de cadáveres). É nesse período deprimente que o casal recebe o convite do lançamento do livro de Helen  e se surpreendem com a aparência da escritora. Acho que nunca um roteiro fez tanta chacota com a mania das pessoas ficarem jovens para sempre - já que Madeline acabará encontrando uma bruxa (Rosselini, num papel que vive seminua conservaderrerésima aos 71 anos!!!!) que lhe dará uma poção estranha que a  rejuvenescerá e manterá assim para sempre. Sempre mesmo! Madeline só não contava com um pequeno efeito colateral que a tornará uma espécie de morta-viva. Há muito exagero em A Morte Lhe Cai Bem, mas tudo funciona como deve no perfeito tom de farsa impresso por Zemeckis. A brincadeira com o tom dos filmes de terror (trilha de suspense, olhos arregalados, relâmpagos e trovões) e o surrealismo funciona muito bem, especialmente pelas divertidas atuações do elenco e os efeitos especiais - estes até ganharam o Oscar e ainda hoje impressionam (seja pelo que faz com o pescoço de Meryl ou com o buraco no estômago de Goldie Hawn). Não bastasse brincar com essa estranha poção da juventude (que tem a imortalidade como efeito colateral) com personagens fictícios, o roteiro ainda se diverte com a festa onde muitos artistas que estão considerados mortos aparecem para se confraternizar (Marilyn, James Dean, Elvis Presley...). Basta entrar na brincadeira para se divertir um bocado. Aproveita e me diz se você também identificou a expressão de Miranda Priestley (papel de Meryl em O Diabo Veste Prada/2006) entre as caretas de sua Madeline. Revendo os antigos filmes de Zemeckis sempre penso quando ele vai parar de fazer aquelas animações metidas à besta como Beowulf (2007) e Os Fantasmas de Scrooge (2009) e nos divertir de verdade!

A Morte Lhe Cai Bem (Death Becomes Her/EUA-1992) de Robert Zemeckis com Meryl Streep, Bruce Willis, Goldie Hawn e Isabella Rosselini.

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