sexta-feira, 11 de março de 2011

DVD: Maluca Paixão.

Bullock e Cooper: "Que cara é essa, mulher?!"

Ainda em clima de ressaca de Oscar dia desses vi o filme que deu a Sandra Bullock o Framboesa de Ouro de Pior Atriz no mesmo ano em que ela levou para casa o (exagerado) Oscar de Melhor Atriz por Um Sonho Possível. Trata-se de Maluca Paixão, mais uma dessas comédias românticas que assolam o cinema americano que não sabe ser engraçada e nem romântica. O curioso mesmo é perceber que Bullock, apesar de ser uma estrela querida do público, às vezes esquece de ligar o desconfiômetro e notar que um filme não tem nada que lhe acrescente como atriz. Bem, Maluca Paixão dá a oportunidade de Bullock interpretar mais uma dessas chatas que ela coleciona em sua carreira: uma mulher abobalhada que sorri o tempo todo e se comporta como se tivesse menos de cinco anos de idade - e que mesmo assim ainda espera encontrar sua alma gêmea. Mary Horowitz (Bullock) é uma chata que cria palavras cruzadas,  incapaz de conversar feito gente ela despeja informações em seus interlocutores e espera que assim gostem dela. Ou seja, beira o surreal! Talvez se a personagem fosse vivida por uma atriz duas décadas mais jovem a coisa melhorasse, como não, é o tipo de filme em que se vê para falar mal. O que faço com gosto. Horowitz tem a chance de se tornar uma mulher madura normal quando tem um encontro arranjado por seus pais, com  muita sorte ela percebe que seu pretendente não precisa se esforçar para ser atraente, já que é interpretado por Bradley Cooper (no mesmo ano ele fez o sucesso Se beber, não case!, antes era apenas um  ator garanhão na série Nip/Tuck). Precisa dizer que o encontro é um desastre? Depois de Horowitz mostrar seu assustador apetite sexual o cara percebe que ela tem sérios problemas emocionais e foge. Como as comédias românticas não são adeptas do feminismo ela passa a perseguir o cara sem notar que ele não está afim de se relacionar com ela. E tome situações constrangedoras, diálogos picaretas e não bastasse as metáforas cretinas de que "a vida é como um jogo de palavras cruzadas" o roteiro dá uma guinada  onde Horowitz ajuda uma garotinha a ser resgatada de um poço. Coitada da menina que teve de aguentar aquela mulher dentro de um buraco! Acreditem, se Horowitz estivesse naquele buraco em que James Franco prende o braço em 127 Horas ele teria se automutilado nos primeiros cinco minutos! Bem, em Maluca Paixão essa parte serve só para todo mundo mostrar o quanto gosta desta personagem admirável [sic]! Francamente, era mais fácil Bullock ter construído uma personagem minimamente humana e o roteiro ter dado uma ajudinha. Espero que quando Sandra receber um roteiro ruim feito este, ela olhe em sua prateleira e lembre que ela pode ser convincente com uma história decente nas mãos.

Maluca Paixão (All about Steve/EUA-2009) de Phil Traill com Sandra Bullock, Bradley Cooper e Thomas Haden Church. #

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