segunda-feira, 11 de março de 2024

Premiados Oscar 2024

Downey Jr, Da'Vine, Emma e Cillian: poucas surpresas.
 

Pela qualidade das produções envolvidas, pode se dizer que foi o melhor Oscar dos últimos anos. Parece que pela primeira vez a alardeada diversidade dos novos membros da Academia finalmente demonstrou efeito ao escolher seus indicados e até alguns premiados. É verdade que desde o início sabíamos que Oppenheimer era o grande favorito da noite, restava saber em quantas categorias seus oponentes conseguiriam se sobrepor. Pena que Assassinos da Lua das Flores do Scorsese com suas dez indicações não conseguiu cravar uma estatueta sequer, nem mesmo da categoria de melhor atriz - em que o páreo acirrado de estava entre Lily Gladstone e Emma Stone que acabou entrando para o seleto clube das atrizes com dois Oscars de atriz principal na estante, enquanto Lily entrou para a História como a primeira atriz indígena a concorrer ao Oscar de melhor atriz. Apesar da cerimônia ter fluído de forma ágil, não curti a apresentação de Jimmy Kimmel, sorte que os números musicais ficaram interessantes, sobretudo Ryan Gosling no momento histórico de I'm Just Ken um dos hits da trilha sonora de Barbie. A seguir os ganhadores da noite com marcando meus acertos da noite.  

  Filme
     Oppenheimer

     Direção
 
   Ator
        Cillian Murphy, por Oppenheimer
 
   Atriz
    Emma Stone, por Pobres Criaturas
     
    Ator Coadjuvante
       Robert Downey Jr., por Oppenheimer
     
    Atriz Coadjuvante
      Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
 
    Roteiro Original
    Anatomia de uma Queda
     
    Roteiro Adaptado
    Ficção Americana
   
    Melhor Animação
    O Menino e a Garça
    
    Filme Internacional
     Zona de Interesse (Reino Unido)
      
    Melhor Documentário
    20 Dias em Mariupol
 
      Documentário em Curta-metragem
        A Última Loja de Consertos
 
    Melhor Curta-metragem
       The Wonderful Story of Henry Sugar
 
    Melhor Curta-metragem de Animação
       War is Over
 
    Trilha Sonora
       Oppenheimer
 
    Canção Original
       "What Was I Made For?" (Barbie)
 
    Melhor Som
    Zona de Interesse
 
   Fotografia
   Oppenheimer
     
    Cabelo e Maquiagem
   Pobres Criaturas
   
    Melhor Figurino
       Pobres Criaturas
 
    Melhor Montagem
      Oppenheimer
    
    Melhores Efeitos Visuais
       Godzilla Minus One

 

Em 23 categorias, foram 18 acertos! Um a mais do que no ano passado!
 
Placar
 Oppenheimer - 07
Pobres Criaturas - 04 
Zona de Interesse - 02
Anatomia de Uma Queda - 01
Ficção Americana - 01
Barbie - 01
Godzila Minus One - 01

sábado, 9 de março de 2024

MINHAS APOSTAS PARA O OSCAR 2024

Oppenheimer? Emma? Lily? Barbie?: Quem leva o Oscar 2024?

Não tem jeito, fazer as apostas para o Oscar é algo irresistível! Além disso é um baita exercício de objetividade versus subjetividade, afinal, adivinhar quem leva muitas vezes significa esquecer seu gosto pessoal e adivinhar o que os dez mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas preferem em sua maioria! Marcado para acontecer amanhã a partir das 20h da noite, transmitido por aqui pela TNT e também ao vivo pelo streaming do HBOMax, o ápice da temporada de ouro chegou! Já fez as suas apostas? A seguir a lista de quem eu acho que leva o careca dourado para casa:

   Filme
     Oppenheimer

     Direção
 
   Ator
        Cillian Murphy, por Oppenheimer
 
    Ator Coadjuvante
       Robert Downey Jr., por Oppenheimer
     
    Atriz Coadjuvante
      Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
 
    Roteiro Original
    Justine Triet & Arthur Harari, por Anatomia de uma Queda
     
    Roteiro Adaptado
     Christopher Nolan, por Oppenheimer
   
    Melhor Animação
    O Menino e a Garça
    
    Filme Internacional
     Zona de Interesse (Reino Unido)
      
    Melhor Documentário
    20 Dias em Mariupol
 
      Documentário em Curta-metragem
        Nai Nai & Wai Po
 
    Melhor Curta-metragem
       The Wonderful Story of Henry Sugar
 
    Melhor Curta-metragem de Animação
       War is Over 
 
    Trilha Sonora
       Ludwig Göransson, por Oppenheimer
 
    Canção Original
       "What Was I Made For?" (Barbie)
 
    Melhor Som
    Zona de Interesse
 
   Fotografia
        Hoyte van Hoytema, por Oppenheimer
     
    Cabelo e Maquiagem
   Maestro
   
    Melhor Figurino
      Holly Waddington, por Pobres Criaturas
 
    Melhor Montagem
        Jennifer Lame, por Oppenheimer
    
    Melhores Efeitos Visuais
       Godzilla Minus One  

INDICADOS AO OSCAR 2024: Melhor Filme

"Anatomia de Uma Queda" de Justine Triet é o ganhador da Palma de Ouro em Cannes2023 e não foi o escolhido da França pela vaga de filme estrangeiro, mas conquistou cinco indicações ao Oscar: filme, direção, atriz (Sandra Hüller) roteiro original e montagem. Se a elogiada produção não é a favorita ao principal prêmio da noite, o roteiro tem fortes chances após ser lembrado em outras premiações da temporada (como o Globo de Ouro). Justine se tornou a oitava mulher a ser indicada ao Oscar na categoria de direção, não mais do que merecido pelo excelente trabalho de um drama de tribunal que não se contenta em ser só isso, explorando, de forma bastante complexa, a forma como construímos verdades perante as informações que recebemos. Mesmo que não leve o prêmio para casa, já se tornou um dos filmes mais marcantes do século XXI. 

"Assassinos da Lua das Flores" de Martin Scorsese tinha chances de ser a pedra no sapato do grande favorito da noite, mas com o tempo o filme perdeu fôlego, especialmente após ficar fora da categoria de melhor roteiro adaptado (não pela qualidade do texto, mas por mudar o foco do livro em que se inspira). Ainda assim, o filme concorre em dez categorias: filme, direção, atriz (Lily Gladstone), ator coadjuvante (Robert De Niro), fotografia, montagem, design de produção, figurinos, trilha sonora e canção original. A história da nação Osage vítima de crimes camuflados na virada do século XX se tornou um filme de tirar o fôlego do ano. Scorsese demonstra uma energia invejável aos 81 anos. Indicado como diretor e produtor do filme, Scorsese acumula 16 indicações ao Oscar, mas tem apenas uma estatueta na estante pela direção de Os Infiltrados (2006). Dá para acreditar?
 
"Barbie" de Greta Gerwig se tornou o grande hit do ano e bastava ver todo o movimento de pessoas vestindo rosa para assistir ao filme nos cinemas. É verdade que muita gente torce o nariz, acusando o filme de ser superficial nos temas que aborda, mas gente, o ponto de partida do filme era um brinquedo - e olha o que Greta Gerwig consegue fazer! Greta acabou de fora da categoria de melhor direção, mas foi lembrada na categoria de roteiro adaptado (ao lado do esposo, Noah Baumbach). Margot Robbie também ficou de fora do prêmio de melhor atriz, mas concorre como produtora do filme. O longa ainda concorre a duas indicações a melhor canção (pelas favoritas What I was Made for e I'm Just Ken), ator coadjuvante (Ryan Gosling), design de produção e figurino. A torcida do filme deve garantir alguns números de audiência para a Academia.
 
Ficção Americana de Cord Jefferson é adaptado do livro de Percival Everett e foi aclamado como o melhor do Festival de Toronto. Ganhando fôlego nas premiações na reta final, o longa se tornou um dos indies mais queridos da temporada. A trama do escritor que precisa fingir ser outra pessoa para ter seu talento reconhecido  se tornou um dos comentários raciais mais interessantes dos últimos tempos. O filme concorre em cinco categorias: filme, roteiro adaptado, ator (Jeffrey Wright), ator coadjuvante (Sterling K. Brown) e trilha sonora. Infelizmente o filme não é favorito em categoria alguma, mas tem chances na disputa acirrada na categoria de melhor roteiro (categoria que serviu de consolação para o diretor que ficou de fora da categoria de direção em seu ótimo trabalho de estreia).
 
Maestro de Bradley Cooper é o filme (chatinho) da Netflix que caiu no gosto da Academia. Contando a história do maestro Leonard Bernstein (vivido pelo próprio diretor) ao lado da esposa Felicia Montealegre (Carey Mulligan), o longa é tecnicamente impecável, mas deixa bastante evidente o desespero de Bradley para ganhar um Oscar. Ao longo da carreira o astro já concorreu nove vezes (seja por atuação, produção ou roteiro) ao Oscar  e com seu novo trabalho atrás das câmeras,  recebeu mais três nomeações: produção, ator e roteiro original. O filme concorre em outras quatro categorias: atriz (Carey Mulligan), maquiagem, som e fotografia, num total de sete nomeações. Embora não seja apontado como favorito em categoria alguma, o longa tem chances na categoria de maquiagem e penteados, mesmo com a polêmica por algumas próteses utilizadas pelo ator.
 
"Oppenheimer" de Christopher Nolan tem tudo que a Academia adora, a começar pela escolha de uma figura histórica um tanto controversa pela construção da bomba atômica. O filme de Nolan patina em gelo fino quando tenta apresentar seu protagonista como herói pela construção de algo que causou tanto temor e destruição. Restava fazer o trabalho certo para as pessoas esquecerem as polêmicas e mirarem nas qualidades do filme. Eis que o filme se tornou o favorito na categoria com 13 indicações: filme direção, ator (Cillian Murphy), ator coadjuvante (Robert Downey Jr), atriz coadjuvante (Emily Blunt), roteiro adaptado, fotografia, montagem, figurino, design de produção, trilha sonora, som, maquiagem e penteados.  Com o filme, Nolan alcança oito indicações ao Oscar, entre elas sua segunda em melhor direção (concorreu antes por Dunkirk/2017) .
 
"Os Rejeitados" de Alexander Payne satisfaz a saudade que os cinéfilos estavam do diretor em sua melhor forma: histórias sobre pessoas comuns que misturam drama com bom humor. O longa se revela um dos melhores filmes natalinos feitos nos últimos tempos com a história de um trio de personagens que se conectam nos feriados de fim de ano. Paul Giamatti está perfeito como o professor mal humorado e ainda pode levar seu primeiro Oscar! Quem deve levar mesmo é Da'Vine Joy Randolph na categoria de coadjuvante que ganhou todos os prêmios da temporada. O filme também concorre ainda nas categorias de roteiro original e montagem. Quem também merecia ter sido lembrado é o estreante Dominic Sessa, que está ótimo como o aluno rejeitado que se aproxima do professor rabugento.
 
"Pobres Criaturas" de Yorgos Lanthimos em outros tempos dificilmente conseguiria cravar este filme no gosto da Academia, no entanto, nunca subestime o grego que colocou um filme feito Dente Canino (2009) no páreo de melhor filme estrangeiro. O ganhador do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza conta a história de Bella Baxter (Emma Stone) que é fruto de uma experiência, com o cérebro de um bebê no corpo de um mulher adulta, ela deseja conhecer o mundo e lida com o sexo de forma um tantinho diferente da sociedade do seu tempo. O filme concorre em 11 categorias: filme, direção, atriz (Emma Stone), Ator coadjuvante (Mark Ruffalo), roteiro adaptado, trilha sonora, fotografia, figurino, direção de arte, montagem, maquiagem e penteados. Yorgos já acumula cinco indicações ao Oscar, tendo concorrido anteriormente como diretor por A Favorita (2018).

"Vidas Passadas" de Celine Song talvez seja o indie mais querido do ano, tanto que ganhou vários prêmios ao longo do ano, incluindo o Independent Spirit de melhor filme e melhor direção. Celine bem que poderia ter entrado no páreo de melhor direção, mas foi lembrada na categoria de roteiro original. O longa conta a história de dois amigos de infância ao longo de vinte e quatro anos. Os dois acabam seguindo trajetórias diferentes ao longo da vida e um dia se reencontram contemplando as possibilidades de tudo o que poderia ter vivido. Apesar de não ser um filme biográfico, o filme de estreia da diretora traz muitos elementos pessoais que tornam a trama ainda mais sensível e verdadeira. Apenas com duas indicações ao Oscar, o filme poderia ter sido lembrado ainda nas categorias de atuação com as performances irretocáveis de de Greta Lee, Teo Yoo e John Magaro. 
 
"Zona de Interesse" de Jonathan Glazer parecia ter sido coroado como um dos filmes mais importantes do ano já em sua estreia no Festival de Cannes. O longa ganhou o Grande Prêmio do Júri e desde então só colheu elogios com sua forma diferente de contar os horrores do holocausto. Mais do que emoldurar cenas que já vimos em vários filmes, o filme é ambientado na casa ao lado do campo de concentração de Auschwitz na Polônia. Nesta casa vive o comandante do campo e sua família que convive com todos os cheiros e sons assustadores do holocausto numa assombrosa história sobre a banalidade do mal. Favorito ao Oscar de Filme Internacional o filme ainda concorre aos prêmios de direção, roteiro adaptado e melhor som (que se levar em conta o design de som da produção o torna o grande favorito da categoria também). É a primeira vez que Glazer é lembrado no Oscar. 

O ESQUECIDO: Segredos de Um Escândalo de Todd Haynes foi aclamado por muitos como um dos melhores filmes do ano. Em determinado momento da temporada de ouro o filme foi tão badalado que era favorito a várias categorias no Oscar que se aproximava. No entanto, parece que conforme o filme se tornou conhecido, as polêmicas em torno do caso em que se inspira lhe custaram alguns votos entre os votantes da Academia. Embora muitos o considerem o melhor filme de Haynes e com a melhor atuação de Natalie Portman, ambos foram esquecidos, assim como Julianne Moore e Charles Melton - que revivem o caso da professora que se envolveu com seu aluno de 13 anos e constituiu uma família. Ainda assim, o filme foi lembrado na categoria de melhor roteiro original para os estreantes Samy Burch e Alex Mechanik. Parece que o tom jocoso do filme não agradou todo mundo.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

HIGH FI✌E: Fevereiro

 Cinco filmes assistidos no mês que merecem destaque: 

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PL►Y: Ficção Americana

Jeffrey: recusando arquétipos.

Tenho uma impressão estranha de que American Fiction sairá de mãos abanando do Oscar desse ano, mas de vez em quando ela vai embora quando imagino que seu roteiro adaptado pode surpreender. O filme acaba de estrear discretamente no Prime Video mesmo no páreo de cinco categorias da maior premiação do cinema americano: melhor filme, direção, ator (Jeffrey Wright), ator coadjuvante (Sterling K. Brown), roteiro adaptado e trilha sonora original. A carreira do filme começou super bem quando foi eleito o melhor filme do Festival de Toronto (que ultimamente costuma cravar seu premiado na categoria principal do Oscar) com uma trama amparada em sua provocação bem humorada. O filme conta a história de Thelonious Ellison (Jeffrey Wright), acadêmico e autor de vários livros que nunca receberam o devido reconhecimento. Sem fazer muito sucesso, ele encontra cada vez mais dificuldades para publicar seus escritos, seu próprio agente (John Ortiz) considera que o fato dele ser um autor negro que não escreve "literatura negra" configura um problema para seu status. Mas o que seria "literatura negra"? O rótulo por si só é preocupante e só piora quando vemos que o tal estilo é marcado por tramas com personagens afro-americanos marcados por crimes, drogas, prisões, pobreza, violência, problemas com polícia e morte. Embora saiba que essa realidade existe, Thelonious considera que existe muito sensacionalismo em torno dessas histórias que geram muito dinheiro e uma grande preocupação em torno de como representam a identidade de pessoas negras no mundo o entretenimento. Sendo assim, Monk, o apelido do escritor (afinal, ninguém carrega o nome Thelonious impunemente) tenta remar contra a maré, mas, diante de toda sua insatisfação, resolve escrever um livro com tudo que ele mais detesta nesse tipo história e entrega ao seu agente. Surpreendentemente (ao menos para ele) o texto faz o maior sucesso com as editoras que começam a querer publicá-lo. Monk odeia a ideia, mas uma série de problemas financeiros motivados pela família começam a fazê-lo repensar na proposta. O livro acaba motivando uma grande farsa enquanto o escritor precisa se reconectar com sua família e aceitar a oportunidade de ter uma relação amorosa com uma vizinha de sua mãe, Coraline (Erika Alexander). A trama farsesca do livro ocorre paralelamente aos dramas familiares do personagem, que sempre foi cobrado pela irmã (Tracee Ellis Ross) a ajudar a cuidar da mãe (Leslie Ugamms), já que o outro irmão, Clifford (Sterling K. Brown) vive longe e em uma nova fase após o fim do casamento. Essa mistura gera uma comédia dramática gostosa de assistir, com boas atuações em um roteiro que flui naturalmente e encontra nas mãos do diretor/roteirista Cord Jefferson o amparo perfeito para funcionar em suas alfinetadas mais incisivas. Existem alguns diálogos brilhantes durante o filme e não existe pudor em apresentar situações que colocam Monk em um beco sem saída (como por exemplo a conversa com a escritora de sucesso vivida por Issa Rae). Sendo divertido ao fazer pensar sobre o universo da "lacração cultural", Ficção Americana é a prova que ainda existem novos debates a serem explorados no cinema do Tio Sam. Se o roteiro não for reconhecido no Oscar, ao menos no Independent Spirit, ele foi considerado o melhor de 2023.

Ficção Americana (American Fiction/EUA -2023) de Cord Jefferson com Jeffrey Wright, Erika Alexander, Sterling K. Brown, Tracee Ellis Ross, Leslie Ugamms, Issa Rae, John Ortiz e Adam Brody. ☻☻☻☻

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Premiados Independent Spirit Awards 2024

Vidas Passadas: o melhor indie do ano.

 Particularmente gosto muito de assistir aos premiados do Independent Spirit Awards que este ano pôde ser visto pelo canal da instituição no Youtube. O maior prêmio do cinema independente tem categorias tradicionais e outras que servem de termômetro para conhecermos trabalhos que nem sempre ganham o devido reconhecimento. De vez em quando os caminhos do Spirit e do Oscar se cruzam, neste ano o premiado como melhor filme concorre também no prêmio da Academia, mas está longe de levar o prêmio. Achei ótimo ver uma premiação em que Oppenheimer não era anunciado como melhor filme (já está bastante previsível) e Da'Vine Joy Randolph parece ser a imbatível do ano. A seguir todos os premiados:

   Filme: Vidas Passadas
    Direção: Celine Song, por Vidas Passadas
    Performance principal: Jeffrey Wright, por American Fiction
    Performance coadjuvante: Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados
    Filme de estreia: A.V. Rockwell, por A Thounsand and One
    Revelação: Dominic Sessa, por Os Rejeitados
    Prêmio John Cassavetes: Fremont
    Fotografia: Eigil Bryld, por Os Rejeitados
    Montagem: Daniel Garber, por How to Blow Up a Pipeline
    Roteiro: Cord Jefferson, por American Fiction
    Roteiro de estreia: Sammy Burch, por Segredos de um Escândalo
   Documentário: As 4 Filhas de Olfa
   Filme internacional: Anatomia de uma Queda
    Nova série: Treta
    Principal em nova série: Ali Wong, por Treta

    Coadjuvante em nova série: Nick Offerman, por The Last of Us
    Revelação em  série: Keivonn Montreal Woodard, por The Last of Us

    Nova série documental: Dear Mama

domingo, 25 de fevereiro de 2024

INDICADOS AO OSCAR 2024: Atriz

Annette Bening (Nyad) veterana do Oscar desde sua primeira indicação à atriz coadjuvante por Os Imorais (1990), a atriz bem que poderia ter ganho o prêmio de melhor atriz por Beleza Americana (2000), mas perdeu. Depois foi lembrada por Adorável Júlia (2004), Minhas Mães e Meu Pai (2011) e poderia ter sido lembrada muitas outras vezes por trabalhos marcantes antes de sua quinta indicação pelo trabalho em Nyad, filme em que interpreta a história real de Diane Nyad, a nadadora que aos sessenta anos persiste em sua ideia de nadar de Cuba até a Flórida, uma travessia em águas abertas e mais de 160 quilômetros! Será que Annette finalmente sairá premiada com uma estatueta?

Carey Mulligan (Maestro) no papel de Felicia Montealegre, mais conhecida como a esposa do maestro Leonard Bernstein, a inglesa tem momentos marcantes que fazem muitos notarem que a narrativa por vezes recai totalmente sobre sua personagem. Em mais um trabalho sólido que atravessa vários anos de história, a atriz logo foi cotada para os prêmios de atuação. Será que a aclamação da crítica poderá render uma surpresa no Oscar? Esta é a terceira indicação de Carey na categoria, a primeira foi por Educação (2009) e mesmo com filmes renomados ela foi lembrada novamente pela Academia somente por seu trabalho em Bela Vingança (2020) que a colocou no posto de favorita, mas acabou sendo derrotada novamente. 
 
Emma Stone (Pobres Criaturas) Há quem aposte que Emma levará para casa o prêmio de melhor atriz por seu trabalho como Bella Baxter, um experimento que começa com o cérebro de um bebê no  no corpo de uma mulher adulta. A jornada de desventuras já lhe deram o BAFTA, o Globo de Ouro de atriz em comédia ou musical, o Critics Choice e muitos outros prêmios. Esta é a quarta indicação da estrela ao Oscar. Sua primeira indicação foi de coadjuvante por Birdman (2014), depois foi premiada na categoria de melhor atriz por La La Land (2016) e posteriormente concorreu em coadjuvante por A Favorita (2018), sua primeira parceria com o diretor Yorgos Lanthimos que também dirige este aqui. Uma parceria mais do que acertada. 
 
Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores) quando o filme foi exibido no Festival de Cannes já era quase que oficial que Lily seria lembrada nas premiações. Notável mesmo foi ela conseguir manter o interesse até o Oscar e não como coadjuvante, mas na categoria de atriz principal. A atriz se tornou a primeira atriz de um povo originário dos Estados Unidos a concorrer ao prêmio de melhor atriz e, mais ainda, dado ao seu favoritismo, pode ser a primeira a receber um Oscarna categoria. Lily consegue realmente se impor durante o épico de Scorsese e ofusca até mesmo astros do porte de Robert DeNiro e Leonardo DiCaprio. Pelo trabalho foi indicada aos grandes prêmios da temporada e foi premiada com o SAG Awards e Globo de Ouro.
 
Sandra Hüller (Anatomia de Uma Queda) a alemã teve um ano incrível com dois longas que nasceram para os holofotes com suas estreias premiadas no Festival de Cannes. Zona de Interesse levou o grande prêmio do júri e Anatomia de Uma Queda a Palma de Ouro. Cogitada nas premiações pelos dois filmes, Sandra recebeu sua primeira indicação ao Oscar por seu trabalho colossal como a escritora suspeita de ter provocado a morte do esposo. Com seu trabalho complexo, muita gente ficou fascinado pelo trabalho da atriz que oscila entre ser culpada e inocente ao longo de toda a narrativa. Sandra atua no cinema desde 1999 mas é conhecida da Academia por seu trabalho em Toni Erdmann (2017) que concorreu ao prêmio de filme estrangeiro.
 
A ESQUECIDA: Greta Lee (Vidas Passadas) embora muita gente reclame da ausência de Margot Robbie na categoria por Barbie, existem outras atrizes menos conhecidas que também mereciam ter sido lembradas por aqui, entre elas Caile Spaeeny (Priscila) e a californiana Greta Lee que colheu elogios quando Vidas Passadas estreou nos cinemas e permaneceu com chances até o anúncio das indicações. Em um trabalho sutil e cheio de sentimentos nas entrelinhas, ela vive a coreana que seguiu uma nova vida em outro país e quando adulta reencontra seu amor de infância. O filme foi lembrado nas categoria de melhor filme e roteiro original (para também diretora Celine Song) e espero que Greta apareça em outras produções em breve.